terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Escala em Madrid

Estou na estação de autocarros de Madrid (Av. América). Cheguei à Mendez Álvaro às 5.30h, ou seja, meia-hora mais cedo que o previsto. O autocarro vinha com apenas nove passageiros e só parou para os descansos obrigatórios e para deixar uma passageira em Badajoz.
O motorista não primava pela simpatia, como é habitual, mas não era dos piores que tenho apanhado.
Desta vez não tive uma molhada e a viagem tornou-se mais calma. Tentei dormir um pouco mas nunca me é muito fácil. Mesmo sem pessoas ao lado, não me adapto bem àquele espaço. Só o cansaço me consegue fazer dormitar. No início de viagem ele não está presente e o sono foge para outras paragens.
A brasileira do lado trazia uma almofada. Dormiu quase todo o trajecto. Devia ser uma habitué porque ela e o motorista pareciam conhecer-se doutras viagens.
Vinha igualmente um jovem "pintarolas" com uma playstation a ouvir música sem auscultadores e já me estava a irritar. Ainda por cima era daquelas só batuque. Acho que quando olhei para ele, a minha expressão deve ter dado a entender que já não estava satisfeito e ele lá desligou aquilo.
Agora estou a tomar o pequeno-almoço no café da estação da Av. América enquanto aguardo pelo meu transporte para Pamplona.
É às 8 horas e tenho de mudar em Soria. Houve umas alterações relativamente ao outro ano.
Ao meu lado estão três francesas a comer croissants.
Os empregados do café falam com elas em Espanhol a 100 à hora e elas ficam a olhar tentando abrandar a informação.
A segurança nestes terminais é muito mais apertada do que nós vemos em Portugal. O pessoal com aspecto duvidoso é na mesma proporção.
Há pouco um grupo de três jovens que viajam de mochila recebia por gestos e palavras propostas de sexo de dois tipos que aparentam ter chegado de uma discoteca.
Tenho visto alguns hoje pela manhã. É sábado logo deve ser mais habitual.
Cruzei-me com várias pessoas a viajar com mochilas às costas. Jovens e menos jovens, espanhóis, japoneses, coreanos, franceses, etc.
A primeira tostada com mantequilla e doce de morango e o primeiro café com leite da viagem já lá vão.
Certamente vão ser o meu pequeno-almoço em muitos dos dias. Aqui os bolos deixam muito a desejar. O café então…
Ainda faltam 30 minutos e é hora de começar o 1984 do George Orwell. A ver se é desta que o leio.
É dos livros mais viajados que conheço sem nunca ter sido lido. Trago-o em diversas das travessias a pé que faço, mas como opto por ler os jornais locais, conversar e ouvir histórias da população local ou doutros viajantes que vou conhecendo, acabo sempre por não lhe dar a devida atenção.
Lá vão as francesinhas...

4 comentários:

Rui Lança disse...

Ah! Então é aí que tu andas...sempre a passear! Fazes muito bem.

Diverte-te e boas francesinhas...sabem bem com muito queijo, etc.

Tiago Viana disse...

Esta crónica é da minha última viagem mas estou a pensar em partir para uma nova em breve.
Abraço

Rui Lança disse...

Ah...:( enganei-me, sorry.

Inês disse...

E há melhor do que viajar?
Com relatos assim, só fico com mais vontade de conhecer tudo. ahah.